segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Crianças envolvidas com bullying sofrem castigo corporal

Uma pesquisa feita com 239 alunos de ensino fundamental em São Carlos (SP) mostra que 70% das crianças e adolescentes que sofrem bullying (violência física ou psicológica ocorrida repetidas vezes contra um ou mais estudantes) nas escolas passam por algum tipo de castigo corporal em casa.

Do total de entrevistados, 44% haviam apanhado de cinto da mãe e 20,9% do pai. A pesquisa mostra ainda outros tipos de violência - 24,3% haviam levado, da mãe, tapas no rosto e 13,4%, do pai. “As nossas famílias são extremamente violentas. Depois, a gente se espanta de o Brasil ter índices de violência tão altos”, disse a pesquisadora, ao participar de audiência pública na Câmara dos Deputados que debateu projeto de lei que tramita na Casa e que proíbe o uso de castigos corporais ou tratamento cruel e degradante na educação de crianças e adolescentes.

Os dados foram divulgados pela pesquisadora Lúcia Cavalcanti Williams, da Universidade Federal de São Carlos. Segundo ela, meninos vítimas de violência severa em casa têm oito vezes mais chances de se tornar vítimas ou autores de bullying. “O castigo corporal é o método disciplinar mais antigo do planeta. Mas não torna as crianças obedientes a curto prazo, não promove a cooperação a longo prazo ou a internalização de valores morais, nem reduz a agressão ou o comportamento antissocial”, explicou.

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