Tudo é bullying??

O assunto está tão polêmico que agora todos resolveram desabafar ou inventar dizendo que foram vítimas de bullying. Tudo está virando bullying.

Quanto mais se explica mais as pessoas confundem a brincadeira de mal gosto de uma ou duas vezes com a que te faz ficar isolado, chorar ou querer fazer algo muito pior... Ninguém entende a gravidade do assunto, parece até que ninguém vê o que está acontecendo por aí.

Qualquer coisa é bullying? Não, não é. E muita gente ainda precisa aprender a diferença porque esse vírus se espalha como gripe, a qualquer hora e qualquer lugar, e quando menos se espera está difícil de controlar.

Tiveram diversos casos de bullying com famosos também, mas eles só foram lembrados agora por causa da última onda, pois como todos falam o problema já existe há muitos anos, só a sociedade que era mais ingênua e não via a maldade.

A mais recente é a adolescente conhecida por cantar a pior música do mundo. A jovem de 13 anos recebeu críticas pelo seu trabalho "Friday". Ela virou motivo de piada por sua ingenuidade na letra da música e agora revelou que sofria bullying.

Enquanto alguns sofrem de verdade por aí nas escolas, local de trabalho e até mesmo com a própria família, algumas pessoas ao redor acham que não é nada sério e outros ficam inventando dizendo que tudo é bullying.

Está na hora de começar a separar as coisas não acha?!

Veja o caso da adolescente na integra no site da Globo.com

Cyberbullying

O cyberbullying é uma das formas existentes do bullying nos dias atuais, é fácil associar que se trata da prática deste ato na internet, através de emails, correntes, grupos de discussão, redes sociais, etc. O cyberbullying permite uma coisa que o tradicional não permite, o anonimato. A pessoa pode atacar outra pessoa sem identificar-se, tranformando a vida da pessoa em uma luta contra o problema, esse foi o caso da jovem americana Justine Willians de 14 anos que passou por perseguições virtuais e acabou descobrindo que o bully(termo utilizado para definir quem faz a pratica do bullying) era uma das suas amigas de sala de aula.
A falsa idéia de que a internet permite o anonimato tem caido cada vez mais por terra, existem meios de rastrear IPs de computador e origem de mensagens por mais estranhos que sejam os lugares dos quais elas saem e já se pode punir oficialmente através dos crimes de internet que geram multas e até carcere privado.

Para quem quiser saber mais sobre a jovem americana o link da notícia é http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/04/adolescente-vitima-de-cancer-descobre-que-bully-por-tras-de-ameacas-era-melhor-amiga.html

Punir é a solução?

É fato que o bullying vem sendo notado já há algum tempo. Mas, as discussões necessárias para combater o problema – pelo menos no Brasil – estão longe de serem eficazes. Somente após a tragédia que aconteceu em uma escola de Realengo, no Rio de Janeiro, as autoridades parecem que “acordaram” e resolveram trazer o assunto de verdade para a pauta das câmaras e do Congresso. Agora, querem tornar o bullying um crime. Mas, cá entre nós, ele já não é um crime? Intimidar, ameaçar, agredir, perseguir, humilhar - a própria definição da palavra, repetida exaustivamente pelos meios de comunicação, aponta várias infrações à Constituição. Ou ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Portanto, já fere os Direitos Humanos.

A questão é: será que a punição por si só adianta? Após muita pesquisa sobre o assunto, acredito que a educação e a prevenção são os melhores métodos. Afinal, de que adianta punir se não ensinar que fazer aquilo é errado? Mesmo porque, de que forma punir crianças e adolescentes, que são menores de idade? Afinal, o bullying é mais incidente em crianças mais novas...

E você, o que pensa? Punir é a solução?

Confira abaixo a edição de ontem do programa Entre Aspas, da Globo News, que trouxe dois especialistas para discutir a criminalização do bullying:

Programa aplicado em escolas estaduais deve ser estendido para outras unidades de São Paulo

Bullying... Um tipo antigo de descriminação que acontece com um público de todas as idades, mas principalmente com os jovens. O assunto somente começou a ser mais abordado ultimamente por conta dos transtornos que as pessoas viram que ele pode ocasionar à suas vítimas.

O bullying existe nas escolas públicas e particulares e é por isso que muita gente tenta fazer algo para amenizar, mas ainda é pouco. É preciso muito mais para conseguir acabar com esse sofrimento que fica engasgado na garganta de muitos inocentes.

As escolas estaduais estão começando a fazer sua parte. São Paulo está ganhando 2,2 mil professores mediadores neste ano. Alguns já foram aprovados nos testes regionais e por conta disso o governo vai ampliar o número de vagas e também a quantidade de unidades de ensino atendidas.

Como já era previsto, o governo ainda não fez nenhum levantamento para saber se os problemas de violência nessas escolas diminuíram desde a implantação, mas ele está sendo ampliado.

O programa vai chegar a mais 900 escolas. O novo profissional deve trabalhar no combate de dificuldades como bullying, homofobia, racismo ou evasão escolar. Funções essas que as escolas sempre proporcionam, mas fraca e pouca para o tamanho dos problemas.

O que todos realmente esperam é que desta vez eles se empenhem até o fim para que dê tudo certo e esse mal possa acabar o quanto antes.

Siga-nos no Twitter. com/_andorinhas

Veja a matéria na integra no site do Brasil Econômico.

Alô Alô Realengo...

O Blog das Andorinhas é parte do projeto idealizado pelas estudantes de jornalismo da Universidade Municipal de São Caetano do Sul - Ana Carolina Maciel, Ana Clara Guerra, Camila Silva, Jamille Niero, Larissa Costa e Maressa Fernades - que têm como objeto de estudo o fenômeno bullying.
Inicialmente, levantamos dados sobre o assunto para entender melhor o que é o bullying, quando ele é realmente considerado bullying, qual a dimensão dele dentro da região do ABC e como autoridades e estudiosos lidam com a temática.
Ao longo deste ano, usaremos o blog para transmitir informações importantes sobre o assunto que nós encontramos nas pesquisas.

Para começar utilizaremos o exemplo do atirador do Realengo, Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, que no dia 7 de abril atirou e matou 12 crianças na Escola Municipal Tasso da Silveira no bairro do Realengo no Rio de Janeiro.
Como a grande mídia divulgou em programas jornalísticos, o jovem sofria com problemas psiquiátricos e alega ter sofrido bullying quando adolescente.
Esse fato alerta para a questão do preparo das autoridades e dos educadores em lidar com esse assunto.
A prática do bullying em colégios é muito comum, entretanto, pais e professores encaram como uma fase em que se passa por um amadurecimento sendo necessário passar por tais conflitos.
Em muitos casos, pessoas que passam por problemas na adolescência podem desenvolver psicopatias e se tornarem risco para si e para a sociedade, como aconteceu com o jovem do Rio.
Fica o alerta para que situações como essas não se repitam no país.



twitter.com/_andorinhas